terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Boca de álcool falou...

Boca de álcool falou...



As 11h da manhã na rodoviária nova, na Cidade da Esperança, enquanto parei para comer um salgado pra não ter uma turica, um sujeito me aborda. Eu, já stressado e com fome, achei que bastava apenas dizer que não tinha dinheiro e pronto. Engano meu... esse camarada me fez uma proposta e eu, pedindo a Deus que ele fosse embora, mas com o inconsciente mandando eu ser ser educado, disse:

- Pois não?

Então ele disse:

- comandante, tenho aqui 30 centavos, preciso chegar a 3,00 reais para tentar comprar uma “latinha”.

Eu, achando engraçado a sinceridade, inventei de dá corda.

- tu vai tomar cachaça num calor desgraçado desse? Quase de meio-dia?

- bora ver?

- eu não duvido, apenas admiro sua disposição.

- pois vamos fazer o seguinte, o senhor me ajuda com esses 2,70 e eu te ajudo ali com aquela multa.



Ai foi quando eu me toquei que havia estacionado num local proibido e já tinha um guarda me multando. Eu corri atrás do guarda.



- Ei seu moço! Ja vou tirar o carro, num multe não, por favor.



O caba que tinha me abordado, veio atrás de mim e ficou me cutucando. Eu já puto da vida:

- diz, macho!

- major, venha aqui. 

Então nos afastamos do guarda e ele me sugeriu:

- veja só, o guarda não vai tirar a multa assim, não. O senhor tem q molhar a mão dele.

- homi, deixe quieto. Não sou de fazer isso e fora que eu posso ser preso.

- posso quebrar um galho pro senhor. Você paga uma latinha pra mim, que eu vou lá e falo com ele.

- Se ele não aceitar, pode querer me prender por suborno.

- Prende nada. Eu que vou lá falar com ele. Se der certo, todo mundo ganha, se ele embaçar, você diz que eu sou doido e que só me vê pela rua, que não tem nada a ver comigo. Eu não tenho nada a perder. 



Eu pensei: será que isso vai dá certo?

Então concordei:

- major, se der certo eu tomo essa latinha com você. Ainda boto o refrigerante e um galeto pra tira gosto.

- fechou!