quarta-feira, 7 de novembro de 2007


"O HOMEM QUE DESAFIOU O DIABO"


O filme, não sei ainda por que, conseguiu me prender no cinema, talvez tenha sido a curiosidade de saber qual seria a próxima mulher que Ojuara iria comer. – mas, pelo que eu já li em “As Pelejas de Ojuara” (que me pareceu retratar profundamente Zé Araújo e seu alter ego: Ojuara) mereciam ser um pouco menos estereotipado por parte de Marcos Palmeira. Ojuara, pelo tratamento que Moacyr Góes – o diretor – deu a personagem, ficou descrito como um homem que ao se revoltar contra seu sogro e sua mulher, por motivo aparentemente fútil – pelo menos da forma que foi trabalhado no filme – cai no mundo procurando sarna pra se coçar e mulher pra trepar e que, por acaso, desafiou o diabo. Não que isso seja ruim, mas tudo que Ojuara fez no filme parecia ser pretexto pra trepar com uma gostosa “global”.
Alguns momentos do filme ficaram bem admiráveis: como os duelos de versos entre Ojuara e outras personagens.

No todo, o filme ficou estranho, deve ter sido pela cara de minissérie reduzida que ficou: cada trecho do filme tinha um objetivo definido, partindo para um determinado lugar, procurando alguma mulher.

Isso ficaria melhor dividindo cada período desses em episódios de uma minissérie, talvez, assim, se trabalhasse melhor a poética do escritor Nei Leandro de Castro.

Não vá só ao cinema, leia o livro também, que você vai perceber melhor que Ojuara é o cabra mais fulero do sertão do nordestino e que acaba literalmente brigando com o Satanás pequeninim e você vai descobrir também o ponto fraco do tinhoso para, se por acaso ele aparecer na sua frente, você vai saber como vencer o danado.

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